Casal presidencial: qual será o conflito desta semana?
Durante um tempo eu sonhei em ser correspondente de guerra. Queria ir às áreas de conflito e contar as histórias de quem enfrenta essa realidade. Hoje não preciso de guerra: a Argentina vive um conflito atrás do outro.
Não são conflitos armados como os do Oriente Médio, nem semi-guerrilhas urbanas como a do Rio de Janeiro. Na Argentina atual, a disputa é pelo poder político. E para os Kirchner, tudo é política – a soja, a carne, a imprensa e até o futebol.
Assim, voltar para Buenos Aires após 10 dias em Belo Horizonte foi como sair da zona de paz e retornar ao campo de batalha. O governo está em pé de guerra contra os produtores rurais, a imprensa, os industriais e parte da Justiça, para citar alguns.
Sua mais recente ofensiva foi contra a empresa de internet Fibertel, do arquiinimigo (e ex-aliado) Grupo Clarín, principal conglomerado de comunicação do país. O governo tentou revogar a licença da companhia, numa manobra a la Chávez, mas foi freado pela Justiça. Ainda bem: eu e mais 1 milhão de clientes dependemos dos serviços da Fibertel!
Agora o governo está determinado a acabar com o domínio acionário dos diários Clarín e La Nación sobre a empresa Papel Prensa, que fornece a matéria-prima para a maioria dos jornais do país. O discurso oficial é que Clarín e La Nación se apoderaram ilegalmente da empresa na época da ditadura. É engraçado que só agora, 27 anos depois, Nestor e Cristina tenham trazido essa história à tona. Durante todo esse tempo eles não deram ouvido aos donos dos jornais menores, que sempre reclamaram por ter ficado de fora do bolo.
O problema é que o casal presidencial se tornou especialista em gerar conflitos. Cada discurso é para desqualificar jornalistas, opositores ou empresários que não integram o clube de amigos do poder. Em vez de buscar o interesse comum, o governo age como um setor a mais da sociedade, ou seja, motivado por interesses próprios.
Assim, o noticiário vai a reboque de cada novo conflito. A população pensa que os embates do governo são os embates que importam à Argentina. E o país vai deixando o trem passar...
Ahh menino... e você pegando esse "blog-trem" de jeito!!! Desse jeitim, a viagem vai ser danada de boa...
ResponderExcluirBeijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Pois é, Tia Rê, vamos ver se o trem se mantém no trilho!! Vou tentar manter a regularidade! Obrigado pelo incentivo, por favor não desista!!! Bjos.
ResponderExcluirIh,
ResponderExcluirMinha mãe não perde uma. Fico duplamente feliz que você esteja de volta. De volta a sua "terrinha" e ao seu blog.
Keep going my friend.
Ou como diria meu amigo Johny. Keep Walking.
Valeu, Rozenbaum! I´m still running!!
ResponderExcluirabraço.
nem sempre governo e capital se deram bem querido - mas na america latina essa relacao sempre teve um toque de telenovela... o negocio e assistir o show e dar risada...
ResponderExcluircheers
É isso aí, caro anônimo. E âs vezes o entrevero ganha ares de culebrón!
ResponderExcluirabraço.