quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Livro "Nazismo: Como ele pôde acontecer"

Agora disponível também em ebook.


Confira:

Livraria Travessa

Amazon

Livraria Cultura

Livraria da Folha



"Nazismo: Como ele pôde acontecer"

Confira a página do livro no FACEBOOK


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Nazismo: Como ele pôde acontecer?




“Um surto de insanidade. Só assim parecemos entender o nazismo. Afinal, um regime que esterilizou 400 mil “incapazes” à força, usou pesticida para executar 3 mil prisioneiros em 10 minutos e eliminou 2 de cada 3 judeus europeus não podia mesmo ser normal. Mas a ideia do surto insano é ilusória. Faz o regime de Hitler parecer algo mais distante da nossa realidade do que de fato é. Os nazistas chegaram ao poder pelas urnas. Eles cooptaram jornalistas, convenceram os cidadãos a delatar vizinhos “suspeitos” e financiaram cientistas para utilizar cobaias humanas. Nada menos que 45% dos médicos alemães pertenciam ao Partido Nazista.  A própria máquina da destruição do Reich foi feita de nomes familiares para nós: com trabalho escravo de empresas como Siemens e BASF e listas de vítimas elaboradas com tecnologia IBM. E isso significa que não, nenhum país está livre de cair na mesma armadilha em que a Alemanha caiu lá atrás. Então é bom que a memória sobre o que aconteceu ali continue viva, nos mínimos detalhes, como está neste livro. Para que o horror nazista não se repita.”

PÁGINA DO FACEBOOK


O livro está disponível em bancas e livrarias, que oferecem sistema de compra online com entrega na sua casa. Confira:  

LIVRARIA CULTURA

Espero que gostem!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Governo argentino: é possível comer com 6 pesos por dia

Uma pessoa pode comer com 6 pesos (cerca de US$ 1,3 ou R$ 2,6) por dia na Argentina.
É o que garante o INDEC, o Instituto de Estatísticas e Censos do país.

Isso mesmo: para o governo, com 6 pesos o sujeito pode tomar café, almoçar, lanchar e jantar.

Dieta completa, com proteínas, vitaminas, fibras e carboidratos.

6 pesitos, nada más.

Agora, a realidade.

Com 6 pesos, você consegue comprar só 1 pacote do salgadinho Cheetos de 37 gramas aqui em Buenos Aires.

Ou 1 pacote de macarrão Miojo.  

Ou 1 alfajor de doce-de-leite.

Ou 1 garrafa de água mineral de 2 litros no supermercado (sim, porque uma garrafinha de 500 ml de água mineral sai por até 15 pesos no restaurante).

Juntando o Cheetos, o Miojo, o alfajor e a água, são 24 pesos. Exatamente o que uma família com 2 filhos gasta para comer por dia, segundo o INDEC.


O problema vai ser dividir o Miojo por 4...



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Escolher demais faz mal

Vou te falar. A tal da escolha é mesmo uma das coisas mais difíceis de fazer. Em geral bate o frio na barriga: será que é isso mesmo? Eu escolhi fazer Engenharia Elétrica, imagine! Abandonei o curso no terceiro mês de aula, e lá fui de novo fazer outro vestibular para Jornalismo. E não estou falando só de escolhas fundamentais como essa, mas das pequenas escolhas do dia-a-dia que acabam tendo uma dimensão cada vez maior na vida da gente. No tempo da minha avó era fácil: todo mundo tinha praticamente o mesmo terno, a mesma praça pra namorar, o mesmo telefonão preto que pesava 3 quilos.

Mas enfim, queria colocar aqui a entrevista que fiz com uma especialista no estudo das escolhas, a Sheena Iyengar. Ela perdeu a visão na infância, e teve que confiar muito nas outras pessoas para fazer suas escolhas. Isso a fez se interessar especialmente por esse tema. Você pode ler a entrevista também na Super deste mês. Aqui vai o papo um pouquinho mais completo. Espero que escolha ler até o final!



Escolher demais faz mal


E o pior é que somos levados a fazer cada vez mais escolhas. Onde estudar, que carreira seguir, o sabor do sanduíche, o modelo do carro, o tipo de celular, a marca da TV, a escola do filho, o cereal do café... Por isso, Sheena Iyengar não sai fazendo escolhas o tempo todo. E ensina como devemos agir ante tantas opções à nossa volta no livro The Art of Choosing (“A arte de escolher”, inédito no Brasil). Filha de indianos criada em Nova York, ela é professora de negócios na Universidade de Columbia, EUA.


Eduardo Szklarz


Por que ter escolhas demais pode nos levar a decisões piores?

Para fazer uma escolha, você precisa comparar e contrastar todas as opções disponíveis. Se tiver opções demais, o processo de escolha pode se tornar pesado e confuso. Em vez de tomar decisões melhores, acabamos sobrecarregados. Nos sentimos cada vez mais obrigados a escolher só porque as escolhas estão disponíveis para nós. Em muitos casos, isso termina em frustração.


Poderia dar exemplos?

Nos anos 90, realizei um estudo num supermercado dos EUA com potes de maionese. Alternamos duas mostras na estante: uma com 6 sabores e outra com 24. Vimos que 60% dos clientes foram atraídos pelo grupo maior, enquanto 40% pararam diante do grupo pequeno. No entanto, apenas 3% dos clientes compraram um pote de maionese quando havia 24 sabores, contra 30% quando havia 6. Ou seja: a presença de mais escolhas era mais atrativa, mas tornava a decisão mais difícil. Já ouviu dizer que nossos olhos são grandes demais para nosso estômago? Pois parece que nossa mente é grande demais para nossos olhos. Ela nos diz que queremos muitas opções. Mas na hora de decidir, não podemos comparar além de um pequeno grupo.


Isso também vale para a escolha do parceiro, por exemplo?

Sim. Alguns anos atrás, eu e minha equipe demos a estudantes a chance de escolher entre pessoas que gostariam de namorar. Eles podiam decidir entre 10 ou 20 possibilidades. Quando recebiam 10 opções, escolhiam de acordo com sua preferência: buscavam uma pessoa bonita, sincera, inteligente, divertida, e assim por diante. Mas quando se viam frente a 20 possibilidades, deixavam de lado todos esses critérios e escolhiam apenas com base no aspecto físico. Já não conseguiam ter em conta todas as opções. A escolha se tornou um peso.


Então, como devemos agir para fazer melhores escolhas?

Precisamos ser mais estratégicos na maneira de escolher. Reconhecer que nossa capacidade de analisar todas as opções é limitada. Quanto mais você simplificar ou delegar escolhas que não são importantes, mais recursos mentais terá para as que importam. Para mim, por exemplo, é importante pensar sobre como vou organizar um estudo. Nesse processo terei que fazer muitas escolhas, e o melhor é que desenvolva tudo de forma bem metódica. Não me importa tanto o que vestir para ir ao trabalho. Em 3 minutos decido a roupa e o sapato, e assim elimino várias decisões que ocupariam meu tempo. Outras mulheres podem ficar horas pensando no que vão usar. Claro que se essa decisão fosse importante para mim, não a tomaria com pressa. O que digo é: escolha bem o momento em que vai fazer escolhas.


Ter mais escolhas não é ter mais liberdade?

Nem sempre. Para se sentir livre, você precisa perceber que tem controle sobre a escolha. Entrevistamos pais de bebês franceses e americanos que tinham nascido com anóxia cerebral (falta de oxigênio no cérebro) e que morreram com a retirada dos aparelhos. Na França, essa decisão coube aos médicos. Já nos EUA, os pais puderam escolher – mas não se sentiram mais livres por isso. Inclusive se mostravam mais tristes, nervosos e deprimidos que os pais franceses, que não tiveram que arcar com a responsabilidade da decisão. Outro exemplo vem da Inglaterra, onde os pais escolhem entre 5 colégios para mandar o filho, sem ter muita informação sobre cada colégio. Eles têm escolha? Sim, mas não se sentem livres porque acham que a escolha é arbitrária.


Até que ponto a cultura influencia nossas decisões?

Em qualquer cultura, escutamos histórias desde pequenos. E nessas histórias vem uma mensagem sobre a melhor forma de escolha e sobre quem escolhe. Aos 2 anos, uma criança americana escuta do pai: “Que tipo de sorvete você gostaria?” Aos 4 anos, a pergunta é: “O que você gostaria de ser quando crescer?” Essas perguntas trazem implícita a ideia de que uma pessoa deve decidir o que quer. Na Índia, as mensagens são diferentes: “Olhe que bom garoto é aquele. Faz tudo o que o pai lhe diz para fazer” ou “Veja como fulano é feliz no casamento porque seguiu os conselhos dos pais.” Todos nós temos a necessidade de ser únicos. E as decisões que tomamos para alcançar essa individualidade são fruto de uma construção social. Nos EUA, a forma de ser único é criar uma receita que ninguém nunca ouviu falar. Na Japão, é fazer o sushi perfeito. Em certo modo, todos somos motivados a nos distinguir dos demais.


Ao mesmo tempo, queremos ser iguais aos membros do nosso grupo. E ter as mesmas roupas, tênis e carros que eles têm...

Essa é a tensão fundamental que todos sentimos: queremos pertencer e também estar fora. Empresas, países e indivíduos sentem essa tensão e buscam o equilíbrio entre eles e o grupo. Na maior parte do tempo, você gosta do que os outros gostam, certo? Mas se escolher o que todos gostam, corre o risco de se parecer com eles. Assim, deve escolher algo de que não gosta tanto, mas que lhe permita se diferenciar dos demais. E não pode se diferenciar muito – só um pouco, de uma forma que os outros admirem e achem você bacana. Esse é o dilema. Meu marido queria um iPhone preto. Mas quando viu que todos compravam o preto, decidiu comprar um iPhone branco. As pessoas fazem isso o tempo todo.


O que fazer para solucionar o dilema?

Toda escolha é um ato de comunicação. Com ela, mandamos uma mensagem aos outros: “Sou único”. Mas isso pode ser um peso. Assim, creio que deveríamos decidir quando faz sentido para nós ser únicos. Tem gente que não pede a cerveja ou o prato que gostaria no restaurante só porque o casal da mesa ao lado pediu. Faz sentido?


Ter escolhas demais é sempre ruim?

Não. Para um mestre de xadrez que estuda a próxima jogada, ter centenas de opções não é um problema. Ele sabe exatamente o que quer e detecta rápido as jogadas que serão ruins. Assim, não perde tempo comparando todas as opções, como outros fariam. Claro que você não precisa ser um mestre de xadrez. Ao se especializar numa área, você poderá ter muitas escolhas sem que elas lhe prejudiquem.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

David Cope, o compositor ciborgue

Cope e seu computador: "Ele pode compor tão bem quanto Mozart"


Nos anos 80, o compositor americano David Cope arrancou lágrimas da platéia ao estrear a ópera Cradle Falling. Os críticos exaltaram a obra: “Dramática!", "Suprema!", "Cativante!", diziam os jornais. Só não sabiam que tanta inspiração vinha de um programa de computador, chamado Emmy.


Na época, Cope recorreu aos algoritmos para vencer um bloqueio criativo. Hoje, ele diz que suas máquinas podem criar melodias tão belas quanto as de qualquer humano, até mesmo Beethoven. Isso porque, segundo ele, não criamos nada do zero. Apenas selecionamos informações que recebemos e as recombinamos de novas formas. Tal como o computador faz.


Cope é professor emérito de música da Universidade da Califórnia em Santa Cruz. Não é à toa que suas opiniões causam tanta controvérsia. A Super deste mês traz trechos da entrevista que fiz com ele. Aqui embaixo, coloco a conversa inteira.


Humanos e softwares compõem do mesmo jeito?

Sim, eles essencialmente recombinam sons. Enquanto conversamos agora, estamos recombinando palavras: fazemos diferentes frases com elas para criar distintos significados para as coisas. O computador armazena músicas que coloco na base de dados e recombina partes delas. Os humanos fazem o mesmo.


Quer dizer que Beethoven e Mozart poderiam compor a mesma peça?

Sim. Pode soar arrogante, mas na maioria dos casos isso é o que acontece. Ao compor, as pessoas juntam pedaços de melodias que ouviram e gostaram. Assim, o que chamamos de “inspiração” não passa de uma recombinação inconsciente de coisas que já ouvimos. O resultado parece único para nós. Se for analisado, porém, descobriremos que a música que criamos são pequenas partes disso e daquilo.


Humanos podem expressar o que sentem através da música. Como um computador pode expressar algo que não sente?

Uso computadores para compor só porque eles são muito rápidos e precisos. É um trabalho conjunto: ouço as criações deles e as incorporo nas partituras. Posso fazer tudo o que o programa faz, mas levaria algumas vidas para alcançar o que eles fazem em pouco tempo. É certo que os computadores não podem sentir como nós, mas nada impede que sejam programados para isso. Acordei hoje com dor de cabeça, por exemplo. Mas essa dor não necessariamente tem a ver comigo: pode ter sido causada por algo que comi ontem ou por vários outros fatores.


Como assim?

No universo, as coisas têm uma razão para acontecer. Achamos que temos livre escolha, mas na verdade não temos. Não sentimos nada que não tenha sido programado em nós pela natureza. Somos computadores. Aliás, todo o universo é uma espécie de computador gigante, que está além de nossa compreensão. Portanto, podemos programar os computadores para que tenham a mesma ilusão de livre escolha e de autoconsciência. Talvez isso seja possível no século 26, não sei. Mas é lógico que conseguiremos. Do contrário, ficarei muito decepcionado. Veremos que não somos tão inteligentes quanto pensamos.


Mas como fazer um computador sentir amor, raiva, solidão?

Até agora falei do programa Experimentos em Inteligência Musical (EMI em inglês, daí Emmy). Mas faz 12 anos que trabalho com uma versão mais nova: Emily Hall. Esse programa nos dá a ilusão de que tem auto-consciência e variações de humor, embora não tenha. Ele pode não se sentir do jeito que eu sinto, pois não tem coração ou células nervosas. Mas isso não quer dizer que não possamos criar essas coisas para ele, por exemplo com materiais substitutos da carne. Assim, Emily Hall poderia sentir “dor”. Tenho muita fé no cérebro humano: somos inteligentes o suficiente para criar seres como nós.


Aqui você escuta uma criação de Emily Hall


Emily Howell pode compor melhor que Mozart ou Bach?

O que significa “melhor”? É ser mais votado pelas pessoas? Por esse critério, concluiremos que os donuts são a melhor comida do mundo. Para mim, “melhor” é uma opinião pessoal. Acho que algumas músicas criadas por meus programas são melhores que algumas peças de Beethoven e Mozart. Possivelmente você acharia isso também se as escutasse sem saber quem compôs. Música “melhor” ou “pior” só existe na mente do ouvinte. A maioria das pessoas que dizem que existe música boa e ruim são idiotas. É tudo questão de gosto.


No futuro próximo, acredita que ouviremos computadores em vez de humanos?

Talvez num futuro distante. Hoje, meu programa produz música que soa como uma criação humana e que é significativa ao menos para algumas pessoas. No futuro, haverá menos preconceito com esse tipo de coisa. Na música popular isso já acontece: muitas vezes não sabemos quem compôs certas canções, e garanto que não foram humanos. Já tem artista ganhando muito dinheiro com elas.


Com o avanço das técnicas, os compositores vão desaparecer?

Não, mas vão mudar. Não hesitarão ao usar computadores para compor. Prova disso é o workshop que dou sobre música de computador, cujo público só aumentou nos últimos 8 anos. No mundo todo, compositores estão ensinado essas técnicas aos alunos. Claro que os compositores sempre terão o direito de ligar ou desligar a máquina. E de reescrever os programas.


Sua visão sobre música é bem mais mecânica do que romântica. Como os colegas recebem suas ideias?

Meus velhos colegas sabem que sou um cara legal e que não quero tentar convencê-los. Mas quem não me conhece em geral fica muito bravo comigo, e até gosto disso. Sou uma pessoa muito estranha. Não estou interessado em ganhar elogios, e sim em fazer as pessoas pensar. Gosto de diversidade. Seria muito chato viver num mundo em que todos pensam igual.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um em cada 5 jovens argentinos toma Viagra



Mais da metade o consome em associação com álcool, maconha ou outras drogas legais ou ilegais

Não, não é que sofram de impotência. Muitos simplesmente entornam todas antes de ir pra cama e depois não dão conta do recado. Para evitar o vexame, recorrem à famosa pílula azul. Outros querem impressionar a gatinha (ou o gatinho) que acabaram de conhecer. E também tem aqueles que desejam garantir o desempenho na hora H, e por isso ingerem o comprimido para espantar o nervosismo.

É o que revela um estudo publicado pelo jornal La Nación em 5 de setembro. Seja lá qual for a motivação, o fato é que 20% dos portenhos de 18 a 30 anos fazem "uso recreativo" de fármacos destinados a combater disfunção erétil. "Hoje os jovens consomem essas drogas porque querem melhorar seu rendimento. E o fazem sem controle médico e sem ter problemas de saúde", disse ao La Nación o médico Amado Bechara, coordenador do Instituto Médico Especializado (IME) e um dos autores do estudo.

A pesquisa também revelou que 53,6% da moçada que toma Viagra o associa com álcool, maconha, psicotrópicos ou outras drogas legais ou ilegais. Daí o risco de queda brusca na pressão arterial, entre outros perigos ainda não totalmente conhecidos. É que o coquetel poderia potencializar o efeito vasodilatador da pílula. Assim, o que prometia ser uma noitada triunfal pode acabar em emergência médica.

Em Buenos Aires, conseguir Viagra é tão fácil quanto uma garrafa de vodka ou um cigarro de maconha. A imensa maioria dos jovens que reconheceram fazer uso da pílula dizem que a obtêm com um amigo, enquanto 17% a compram em farmácia sem receita. Outros 2,9% descolam o "diamante azul" na internet e apenas 4,3% o adquirem em farmácia apresentando receita.